Em sua segunda edição, evento conecta pesquisa da UFMG ao mercado
Cervejas, pães e hidromel produzidos com leveduras brasileiras serão atração na Terça da Inovação, dia 1º de outubro na Escola de Engenharia da UFMG. Além de apresentar a trajetória de sucesso da Star Brasilis, licenciada pela empresa Laboratório da Cerveja, o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras) oferece aos participantes o Café com Cerveja, uma degustação de produtos experimentais desenvolvidos a partir de pesquisas científicas com interesse biotecnológico.
Em sua 2ª edição, a Terça da Inovação é uma iniciativa que promove a cultura empreendedora, conectando a pesquisa da UFMG com o mercado. A programação desse ano, com o tema “Estratégias eficientes de captação de recursos para projetos de inovação”, tem como objetivo apresentar boas práticas para obtenção de financiamento para projetos de pesquisa, a partir de painéis, cases e uma Vitrine Tecnológica. Haverá também uma oficina sobre a utilização do Linkedin como meio para expandir conexões.
O evento é direcionado a professores, pesquisadores, estudantes de pós-graduação e instituições do ecossistema de inovação mineiro. É considerado um espaço valioso para o compartilhamento de conhecimentos e a criação de parcerias estratégicas. As inscrições, gratuitas, já estão abertas pela plataforma Sympla: https://abrir.link/vVGWN . Haverá emissão de certificado aos participantes.
A Terça da Inovação é uma realização do Escalab, Fundação Christiano Ottoni, ELO UFMG, CTIT, Inova UFMG e da Escola de Engenharia da UFMG. Em 2024, conta com a parceria do INCT Leveduras. Observação: A degustação de cerveja é limitada a 100ml por pessoa até 200 pessoas.
SERVIÇO
TERÇA DA INOVAÇÃO
Data: 1º de outubro de 2024
Horário: 14h às 18h
Local: Auditório da Escola de Engenharia da UFMG - bloco 1
Inscrições: https://abrir.link/vVGWN
PROGRAMAÇÃO
Auditório
14h – Credenciamento
14h20 – Abertura
14h30 – Painel: "Estratégias eficientes para captação de recursos para projetos de inovação"
Com Benjamin de Menezes (Fundador do Escritório de Ligação da UFMG) e Breno Oliveira (Pesquisador e Diretor de Projetos do Escalab)
15h30 – Laboratório da Cerveja
Com Luciana Brandão (Bióloga e fundadora da empresa, ela compartilha a experiência de colocar no mercado cervejeiro um produto desenvolvido a partir de uma pesquisa acadêmica)
Hall
16h – Café com Cerveja
A equipe do INCT Leveduras, sob coordenação do biólogo Carlos Rosa, oferece uma degustação de cervejas experimentais produzidas para fins científicos com leveduras da biodiversidade brasileira, a partir de receitas dos pesquisadores Marina Perbone e Fábio Florêncio.
Foyer
14h às 17h – Vitrine Tecnológica
Exposição de tecnologias inovadoras desenvolvidas na UFMG.
Sala de Seminário
17h – Oficina: "Pesquisa em Rede: Maximizando o potencial do LinkedIn"
Kelly Metzker, consultora e especialista na plataforma, ensinará como utilizar o LinkedIn para expandir suas conexões e abrir novas oportunidades para suas pesquisas.
INFORMAÇÕES PARA A IMPRENSA
Assessoria Terça da Inovação:
Dayse Lacerda (31) 98883-3476
Samantha Mapa: (31)99967-8770
Pesquisa do INCT Leveduras é premiada em Simpósio de Inovação e Tecnologia
Pesquisadores do INCT Leveduras estão testando o uso desses microrganismos extraídos do bioma brasileiro na produção de proteínas e vem alcançando resultados promissores na busca de alternativas para alimentação humana. Realizado em colaboração entre os grupos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG) e da Universidade Federal de Viçosa (UFV), o trabalho em formato de resumo foi selecionado para apresentação oral e premiado no V Simpósio Integrado de Inovação e Tecnologia de Alimentos, alcançando o segundo lugar na classificação geral.
“Trata-se da prospecção e exploração de leveduras da Coleção de Microrganismos do Centro de Coleções Taxonômicas do ICB UFMG, que tem a curadoria do biólogo Carlos Rosa, coordenador do INCT Leveduras, para produção de suplemento alimentar humano”, explica a bioquímica Monique Eller. Ela coordena o trabalho desenvolvido pelo bacharel em agroindústria Jackson Alves, atualmente em estágio doutoral no Laboratório de Processos Bioquímicos e Fermentativos da UFV, junto com outros seis pesquisadores.
“As proteínas animais são cada vez mais escassas, de difícil distribuição e alto custo. Além disso, vários nichos não compactuam com a produção animal para geração de proteína para nutrição humana. O uso de microrganismos como alternativa a essa suplementação, também como fonte de sais e vitaminas, motivou nosso grupo a explorar leveduras não-Saccharomyces consideradas seguras para consumo”, detalha a pesquisadora que é a responsável do INCT Leveduras pela produção de bebidas e alimentos fermentados.
O prêmio conferido ao resumo "Caracterização de leveduras isoladas de ecossistemas brasileiros para produção de Single-Cell Proteins" é “resultado direto da parceria gerada a partir do INCT”, comemora Monique Eller, professora do Departamento de Tecnologia de Alimentos da UFV. Ela destaca, ainda, a tentativa de otimizar as condições de crescimento e processamento das leveduras para meios mais baratos baseados em subprodutos, como o melaço da soja, para obter extratos de suplementos mais nutritivos com menor custo.
O estudo começou no início de 2024 e deve se estender ainda por aproximadamente três anos. De acordo com Jackson Alves, que é mestre e doutor em Ciência e Tecnologia de Alimentos, o próximo passo da pesquisa é finalizar as análises e produzir a proteína a partir das leveduras selecionadas para posterior aplicação em alimento humano. Apesar de desafios como o crescimento da levedura em percentual satisfatório, ele acredita que isso possa acontecer a partir de 2027.
Single-Cell Proteins (SCPs) são proteínas geradas a partir de microrganismos como as leveduras. Cultivadas em ambientes controlados, elas podem ser utilizadas como fonte alternativa de alimento, podendo substituir proteínas convencionais de alto custo como a carne. Além de serem ricas em nutrientes essenciais, sua produção tem menor impacto ambiental. A adoção dessas proteínas no mercado pode ser um passo crucial para a segurança alimentar no futuro. No relatório Perspectivas da População Mundial 2024, as Nações Unidas estimam que a população mundial atingirá 10,3 bilhões em meados da década de 2080. Se mantidas as tendências atuais de consumo, é possível que a demanda global por proteína animal não possa ser atendida apenas com abordagens convencionais.
Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o INCT Leveduras inclui pesquisadores de mais de dez regiões do Brasil e tem como principal objetivo gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira e, a partir do estudo desses microrganismos, promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.
Criado em 2008, o Programa INCT é um dos mais importantes no que diz respeito ao fomento de projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos do país, mantido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Dayse Lacerda - Jornalista de Ciência e consultora de Comunicação do INCT Leveduras. Bolsista de Desenvolvimento Tecnológico e Industrial do CNPq https://www.linkedin.com/in/dayse-lacerda-40b60131/
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O encontro ocorrerá entre os dias 05 e 09 de agosto.
Entre os dias 05 e 09 de agosto, o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB UFMG) será o palco do XI Encontro Internacional de Biologia Molecular de Tripanossomatídeos. O evento reunirá cerca de 50 alunos e serão ministradas palestras com enfoque no desenvolvimento de pesquisas e projetos relacionados a esses protozoários.
Os tripanossomatídeos são organismos unicelulares conhecidos por causar doenças como a doença de Chagas e as Leishmanioses, que afetam principalmente comunidades carentes em países em desenvolvimento, incluindo regiões do Brasil. O evento contará com a participação de alunos e palestrantes de diversas partes do Brasil e de outros países, como Argentina, Uruguai, Paraguai, Colômbia, Chile e Venezuela, promovendo um rico intercâmbio de conhecimentos.
O XI Encontro Internacional de Biologia Molecular de Tripanossomatídeos não só capacita os participantes com ferramentas e conhecimentos avançados, mas também promove a colaboração internacional e a troca de experiências, destacando-se como uma oportunidade única para o avanço científico na área. A realização de um evento como esse na UFMG é de extrema importância para o incentivo à ciência no Brasil e para colocar luz sobre doenças negligenciadas que afetam as comunidades mais vulneráveis.
Fator muito importante para a viabilização do evento, o encontro possui apoio de diversas instituições renomadas, incluindo UFMG, ICB, Fiocruz Paraná e Minas Gerais, Centro Latino-americano de Biotecnologia (CABBIO)/CNPq, FAPEMIG, Programa de Pós-Graduação em Biociências e Biotecnologia, Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde e Programa de Pós-Graduação em Genética. A CABBIO, em particular, selecionou 17 alunos de fora do estado de Minas Gerais, incluindo 7 estrangeiros, para receberem apoio financeiro para participação no evento.
Para acessar a programação do evento, clique aqui.
Redação: Timóteo Dias
O alto nível de barulho da Stock Car pode causar graves danos à saúde dos animais e questiona os reais benefícios econômicos do evento.
Na última sexta-feira (02) o Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal de Minas Gerais (ICB-UFMG) foi palco de uma palestra acerca da corrida da Stock Car Pro Series, que ocorrerá de 15 a 18 de agosto em Belo Horizonte. O evento, que promete de forma arbitrária atrair milhares de visitantes, gerou controvérsia devido ao potencial impacto negativo do elevado nível de barulho produzido pelos carros de corrida.
A palestra focou em destacar as possíveis consequências adversas da corrida para a cidade. Os especialistas presentes ressaltaram que o ruído intenso gerado pelos motores pode causar estresse significativo e até mesmo canibalismo e morte entre os animais expostos ao barulho em ambientes sensíveis, como o hospital veterinário, os biotérios e a Estação Ecológica.
“Os impactos são imensuráveis. Serão 30 automóveis produzindo um som de 120 decibéis próximos ao hospital veterinário, a casas de repouso, residências e ao biotério. Isso nunca aconteceu na história.”, explicou a empresária e ativista Kátia Lopes, integrante do coletivo Stock Car no Mineirão Não. “Além disso, a poluição sonora pode levar a mortes por estresse entre os animais, que são mais sensíveis ao som do que os humanos. Crianças e adultos autistas, com maior sensibilidade auditiva, também serão prejudicados.”
Também foram abordadas questões acerca da viabilidade econômica do evento. Profissionais questionaram a alegação de que a corrida trará benefícios financeiros significativos para Belo Horizonte. Foram apresentados dados que indicam que edições anteriores de eventos similares ao da Stock Car no Brasil não resultaram em retornos financeiros substanciais e a audiência foi inferior às estimativas.
“Não há benefício econômico significativo. Isso foi descoberto ao longo do tempo”, comentou o doutorando em Ecologia Marcelo Dias, um dos palestrantes. “O que os promotores do evento divulgam sobre benefícios econômicos está muito exagerado em comparação com eventos de porte semelhante, com valores até 7 vezes maiores do que o real.”
A poluição sonora não é o único problema relacionado à corrida de Stock Car. Por causa do evento, a principal entrada do Hospital Veterinário da UFMG será fechada, impossibilitando o recebimento de animais de grande porte para emergência, urgência e demais atendimentos de rotina. “Com esse fechamento, nós não poderemos receber esse animais e nem mesmo receber alimentos e medicamentos para o Hospital. Não teremos acesso para nossos alunos, servidores e funcionários em geral.” É o que diz a vice-diretora do Hospital Veterinário da UFMG, Eliane de Melo.
A discussão gerada pela palestra levanta questões importantes sobre a sustentabilidade e a responsabilidade de eventos de grande escala e promete continuar a ser um tema de debate à medida que a corrida da Stock Car se aproxima. Para mais informações sobre os impactos negativos do evento, visite a página Stock Car na UFMG não #UFMGeudefendo.
Redação: Timóteo Dias
Coordenado pelos professores Paulo e Rosy, o “Construindo Olhares Botânicos” conecta educação básica à universidade pública.
O Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, em parceria com o Parque Estadual Serra Verde e a Escola Estadual Getúlio Vargas, está promovendo uma iniciativa que conecta a educação básica pública com a universidade. O projeto "Construindo Olhares Botânicos", coordenado pela professora Rosy Mary, da UFMG, e pelo professor Paulo Temóteo, da Escola Estadual Getúlio Vargas, visa ampliar a visão botânica de estudantes do ensino médio, incentivando-os a aplicar o método científico e a vivenciar o dia a dia dos cientistas.
O projeto nasceu da ideia dos professores Rosy e Paulo de criar uma Iniciação Científica com os alunos da E. E. Getúlio Vargas para estudar a flora do Parque Estadual Serra Verde, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Segundo o professor Paulo, o principal objetivo é demonstrar a importância das plantas no cotidiano: “Trazer as plantas para o protagonismo pelo olhar dos secundaristas é algo muito importante e que deve acontecer. Isso colabora não só para entender o papel das plantas, mas também para o entendimento da importância da preservação da flora”, afirma Paulo.
Durante as atividades, os estudantes participam de expedições mensais ao Parque Estadual Serra Verde, onde realizam trilhas e coletam amostras botânicas. Essas amostras são utilizadas para montar exsicatas — amostras de plantas prensadas e secas numa estufa — que serão incluídas no acervo da escola e da universidade e também produzirão lâminas para análise no microscópio.
Além das reuniões mensais, são realizadas oficinas que desenvolvem diferentes aspectos de aprendizagem. “Teve uma [oficina] recentemente no Parque Serra Verde onde a gente teve contato com adultos. Então [o projeto] me prepara para apresentações, algo que eu tinha muita vergonha e hoje em dia já não tenho tanta”, relata Ana Clara, 16, aluna do projeto.
Mais do que levar conhecimento científico, o projeto também desempenha um papel importante em ressignificar a relação dos alunos com o ambiente escolar, construído ao redor do parque. Mateus Martins, de 18 anos, aluno do projeto, compartilha sua jornada de reconexão com a escola: “A gente não tinha essa visão. O parque está bem ao lado da nossa escola, de onde a gente mora, a diversidade de lá é muito gigante, mas poucas pessoas sabem disso. O projeto é exatamente para isso: entender a importância do parque e passar para o próximo o que muitas vezes não percebemos.”
Com um ano de existência, o projeto "Construindo Olhares Botânicos" tem demonstrado o potencial transformador da interação entre a educação básica pública e a universidade, inspirando jovens estudantes a explorar e se apaixonar pela ciência.
“O ‘Construindo Olhares Botânicos’ me leva de volta pra Escola e me conecta com esse público. É um desafio mas tem sido muito gratificante.”, revela a professora Rosy.
Redação: Timóteo Dias