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Marisa Caixeta e Gabriela Maia são as pesquisadoras da UFMG premiadas na terceira edição do prêmio.

Captura de tela 4 6 2024 14591 www.instagramO “III Prêmio da Sociedade Brasileira de Parasitologia de Dissertação de Tese” foi concedido aos trabalhos defendidos no ano de 2023 nas três grandes áreas de concentração: Entomologia & Malacologia, Protozoologia e Helmintologia. Dos seis trabalhos premiados, dois foram atribuídos a estudos desenvolvidos pelo Programa de Pós-Graduação em Parasitologia do ICB/UFMG.

Marisa Caixeta é médica veterinária pela Universidade Federal de Viçosa e, com orientação do Doutor Hudson Alves Pinto, do Laboratório de Biologia de Trematoda da UFMG, recebeu o prêmio na categoria “Melhor Tese em Helmintologia”. O trabalho foi desenvolvido no Departamento de Parasitologia do ICB/UFMG e desenvolveu pesquisas sobre helmintos do gênero Schistosoma. Os helmintos constituem um grupo de vermes que podem infectar humanos e animais com inúmeras doenças. Marisa descreveu importantes dados genéticos de quatro espécies de vermes do gênero Echinostoma, descobrindo duas novas espécies. “Os resultados obtidos com essa pesquisa contribuem para o avanço na área de taxonomia integrativa dos helmintos no Brasil.” Explica Marisa.

Na categoria “Melhor Dissertação em Protozoologia”, a vencedora foi a pesquisadora Gabriela Maia, bióloga pela UFMG, com orientação da Doutora Luzia Helena Carvalho. O trabalho, objeto de estudo de seu mestrado, foi desenvolvido no Instituto René Rachou/Fiocruz Minas. Gabriela avaliou uma proteína do parasita Plasmodium vivax, que é um possível composto para o desenvolvimento de uma vacina multi alvo contra o parasito, que é a forma mais disseminada de malária e umas das seis espécies de parasita de malária que infecta o ser humano. A malária é uma das doenças parasitárias que mais ocasiona mortes no mundo. Dentre as espécies causadoras da malária, o Plasmodium vivax, que apresenta distribuição global, é a principal no Brasil.

A baixa variação genética encontrada nessa proteína é crucial para criar uma vacina eficaz, explica Gabriela: "Mesmo dentro do Brasil, há parasitas no Pará que são muito diferentes geneticamente dos encontrados no Amapá e no Mato Grosso, por exemplo. A baixa variação genética que observamos mostra o potencial dessa proteína para ser usada em uma vacina". Para desenvolver vacinas, um bom candidato vacinal precisa ter vários atributos. No caso da proteína do Plasmodium vivax, o passo seguinte consiste em pesquisar as respostas imunológicas a essa proteína em populações que habitam áreas onde a doença tem maior ocorrência. Causada por parasitas e considerada endêmica em populações de baixa renda, a malária está na lista de doenças negligenciadas e, por essa razão, a pesquisa sobre essa doença é mais difícil de ser incentivada. Assim, portanto, o apoio das agências de fomento à ciência foi crucial para o desenvolvimento desta dissertação.

Gabriela, que frequentou a escola pública durante todos os seus anos de estudo, revela que ficou muito emocionada e feliz ao receber este prêmio e pelo reconhecimento que sua pesquisa recebeu, bem como pela oportunidade de inspirar mulheres jovens e pesquisadoras: “Hoje, sabemos das dificuldades enfrentadas em relação à desigualdade de gênero. Para uma mulher desenvolver um projeto de pesquisa, realizar experimentos e obter reconhecimento é mais complicado devido a vários fatores. É uma luta diária. Poder inspirar outras mulheres e crianças para mim é uma verdadeira honra e me deixa muito feliz.”.

A Sociedade Brasileira de Parasitologia (SBP) tem como objetivo promover a pesquisa e o desenvolvimento tecnológico nas áreas da Parasitologia Médica, Veterinária e Agrícola no Brasil. Por meio da troca de experiências, de programas de educação contínua e de discussões políticas com os responsáveis pela saúde, a SBP trabalha como um agente impulsionador na construção de movimentos de saúde mais eficazes e humanizados. Para mais informações, visite o site da Sociedade Brasileira de Parasitologia: (https://www.parasitologia.org.br/).

 

Redação: Timóteo Dias

WhatsApp Image 2024 06 07 at 13.59.05inctleveduras.org inclui informações sobre espécies recém-descobertas e seu potencial para gerar bioinovação

Está *no ar* o SITE DO INCT Leveduras, um espaço na internet com conteúdo exclusivo sobre leveduras dos biomas brasileiros recém-descobertas e todo seu potencial para gerar inovações biotecnológicas. O novo canal de comunicação (inctleveduras.org) é uma das iniciativas do Plano de Divulgação Científica do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras e visa compartilhar o conhecimento produzido pela rede de pesquisa sediada no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

O site traz informações atualizadas permanentemente sobre o andamento das pesquisas do INCT Leveduras, incluindo produtos e processos desenvolvidos e que poderão ser disponibilizados ao setor produtivo para fabricação de alimentos, bebidas, fármacos, biocombustíveis, entre outros que podem gerar riquezas para o Brasil.

A nova página também reúne a produção científica dos pesquisadores associados, como artigos, teses e dissertações sobre as leveduras estudadas, com espaço para comentários, contribuindo para registro e disseminação do conhecimento da biodiversidade dos biomas brasileiros que podem oferecer subsídios para sua preservação.

O biólogo Carlos Rosa, coordenador do INCT Leveduras, revela que o site faz parte do Plano de Divulgação Científica do Instituto. “Além da transferência de conhecimento nas universidades, a disponibilização de dados em repositórios de acesso público e as comunicações em congressos científicos, nosso projeto prevê iniciativas para que o público não especialista possa ter acesso e acompanhar o processo de pesquisa”, explica.

De acordo com o professor, titular do Departamento de Microbiologia do ICB UFMG, o site é uma forma de “tornar as leveduras conhecidas, sua importância para a ciência, para a indústria e para o enfrentamento de desafios ambientais”, acredita.

Com acesso rápido, design moderno e navegação intuitiva - as páginas são automaticamente ajustadas às telas de smartphones e tablets, o site oferece ainda uma área para downloads de materiais que poderão ser usados em escolas para aprendizagens na área de microbiologia.

A jornalista Dayse Lacerda, que desenvolveu a arquitetura do site, informa que a página mantém uma área especialmente pensada para a imprensa, com guia de fontes para entrevistas, fotos e vídeos. “Pensamos esse espaço para facilitar e agilizar o trabalho dos colegas, especialmente, os que atuam nos veículos de comunicação que cobrem ciência”, detalha.

Além de informações para contato, o site disponibiliza um formulário de cadastro para os interessados em receber informações por e-mail ou whatsapp.

INCT LEVEDURASF

Financiada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o INCT Leveduras inclui pesquisadores de mais de dez regiões do Brasil e tem como principal objetivo gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira e, a partir do estudo desses microrganismos, promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.

 

Redação: Dayse Lacerda, INCT Leveduras

1200x1200 escmultipla web“O lobo e a fênix” também fala sobre abuso sexual, autismo e bulling

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença com causas ainda desconhecidas. Os pacientes são jovens, em especial mulheres de 20 a 40 anos. Ela pode se manifestar por sintomas diversos, entre os quais fraqueza intensa, dores crônicas, comprometimento da coordenação motora, embaçamento visual, dores articulares e disfunção sexual, intestinal e da bexiga. A doença também pode trazer transtornos emocionais como alterações de humor, depressão e ansiedade. “O sistema imunológico começa a reconhecer o revestimento em volta dos neurônios como algo estranho, então começa a atacar, e com isso, os neurônios vão morrer e uma série de consequências no corpo vão surgir.”, afirma Juliana Tavares, professora do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

Em 30 de maio, Dia Mundial da Esclerose Múltipla, a cientista e escritora Ester Roffê, 49, lança “O lobo e a fênix” (Editora Labrador), um romance em meio a traumas, segredos e um diagnóstico avassalador. “Sempre tive fascínio pelas condições neurodegenerativas e usei todo o meu background para retratar os estigmas causados pela doença”, revela a bióloga, doutora em Bioquímica e Imunologia pelo Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.

O tratamento consiste em atenuar os efeitos e desacelerar sua progressão. É importante ressaltar que a esclerose múltipla não é uma doença mental; não é contagiosa; e não é suscetível de prevenção. O dia 30 de maio foi o dia escolhido para aumentar a visibilidade em torno da doença e informar a população sobre as necessidades específicas do público que convive com ela.

O livro descreve a trajetória de dois adolescentes - um geek solitário e uma surfista que vê em sua beleza uma maldição - e suas dificuldades de se encaixar nos padrões sociais. “A jornada de Hugo e Solara lança luz sobre nossas lutas individuais mais íntimas e celebra a experiência humana de superar obstáculos e abraçar o amor genuíno em meio aos desafios da vida”, resume Ester Roffê.

“As pessoas rotulam, é como se a pessoa fosse a esclerose múltipla, e ela não é”, disse Juliana Tavares, que destaca a constante estigmatização sofrida por pacientes que possuem a doença. “A atenção que a gente pede para a população geral é que ela se informe, para que não se propague nenhuma informação falsa e sem comprovação científica sobre a doença”, afirma.

“Primeiro você começa a ter uns sintomas loucos, e aí nenhum médico sabe o que tá acontecendo com você, e aí você descobre e vem um furacão que ressignifica sua vida inteira”. O depoimento da Paloma Saraiva, conta sobre como foi o processo de seu diagnóstico de esclerose múltipla, uma doença ainda sem cura que faz o sistema de defesa de uma pessoa atacar o seu próprio organismo provocando uma série de sintomas limitantes. “Eu não posso dizer que eu tenho uma vida igual a que eu tinha antes, porque eu não tenho. O meu mote de vida é: eu faço o melhor com o que eu tenho”, destaca Paloma.

WhatsApp Image 2024 05 29 at 14.34.50Foram coletadas 1.192 diferentes espécies de plantas do município de Mariana até o Oceano Atlântico.

Desde o rompimento da barragem da mineradora Samarco no município de Mariana em 2015, muitos foram os efeitos nocivos causados ao meio ambiente e à população das cidades localizadas próximas ao epicentro desse desastre. A tragédia de Mariana ainda hoje é considerada a maior da história da mineração e afetou 2 milhões de pessoas em mais de 30 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo.

A pesquisa coordenada por Geraldo Wilson Fernandes, biólogo do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução da UFMG e Doutor em Ecologia Evolutiva, foi responsável por analisar as espécies de plantas encontradas no curso do Rio Doce. Foram analisados 663 quilômetros através das margens do rio em um trecho que se estende desde o município de Mariana, na Região Central de Minas Gerais, até a foz, em Regência, no Espírito Santo. O intuito desse levantamento de dados era entender a biodiversidade da vegetação nesse percurso para guiar os projetos de restauração a serem implementados nas áreas impactadas pelo rejeito. Foram coletadas 9.471 plantas de 1.192 espécies diferentes, o que evidencia a grande diversidade dessa região.

Geraldo explica que um projeto de reflorestamento que leve em conta as espécies típicas de cada trecho é importante para a garantia da manutenção da biodiversidade:
“O propósito foi conhecer as diferentes matas (da região) para que elas sirvam de espelho para restaurar com biodiversidade e com qualidade o Rio Doce. Não apenas plantar árvores. Porque, na verdade, somente o plantio de qualquer árvore não significa ganho em biodiversidade.”.

As expectativas para o futuro do projeto são boas e o próximo passo é entender os diversos papéis dessas espécies e a relação delas com os polinizadores, dispersores de sementes e outros animais para, por fim, montar uma lista com as espécies de plantas que servirão como norteadores para o reflorestamento da região. Letícia Ramos, bióloga do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução da UFMG e PhD em ecologia, revela estar animada e orgulhosa com o que está por vir:
“Achei muito importante (o projeto) principalmente pela necessidade de recuperação correta dessas áreas. Estar envolvida em um projeto dessa magnitude pra mim foi grandioso, acho que a gente está no processo de mostrar que tem caminhos que devem ser seguidos para garantir a restauração eficiente nesses ambientes.”.

Apesar do sucesso do projeto, Geraldo lamenta a falta de investimento em ciência pelas gestões de governos anteriores com a qualidade e quantidade de recursos que estão sendo oferecidos agora, e considera esse um fator decisivo para o início tardio de ações envolvendo a vegetação destruída após o rompimento da barragem, que aconteceu em 2015. Será produzido um sumário executivo político para orientar os tomadores de decisão em futuros debates que envolvam a restauração da região do Rio Doce afetada pelo desastre.
“A ciência é capaz de produzir conhecimento, mas é preciso que os tomadores de decisão também entendam a importância do investimento em ciência para que ela possa nos ajudar a fornecer as respostas corretas que a sociedade precisa.”. Afirma Geraldo.

 

Redação: Timóteo DIas

Lucas Kangussu, Laura Amado e Laura Beatris. Créditos: Pedro FigueiredoLaura Amado, Lucas Kangussu e Laura Amaral. Créditos: Pedro FigueiredoExperimentos com animais mostram que peptídeo estudado pelo grupo produz efeitos ansiolíticos e antidepressivos

O sistema renina-angiotensina (SRA) é um sistema biológico muito complexo, formado por peptídeos, enzimas e receptores, presente em todos os tecidos do corpo humano. Em geral, o SRA é conhecido pelo seu papel regulador no sistema cardiovascular e renal. Além disso, o SRA também desempenha importantes ações fisiológicas no sistema nervoso central e, nos últimos anos, vem sendo muito estudado em doenças neurológicas, cerebrovasculares, neurodegenerativas e em transtornos neuropsiquiátricos.

A Alamandina, peptídeo do SRA, descoberto em 2013 pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor do Departamento de Fisiologia e Biofísica do Instituto de Ciências Biológicas, Robson Santos, é um alvo farmacológico potencial para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos, demonstra pesquisa desenvolvida pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Lucas M. Kangussu, do Departamento de Morfologia do Instituto de Ciências Biológicas.

Os resultados publicados pelo grupo no periódico da Society for Behavioral Neuroendocrinology, Hormone and Behavior, em 2024, complementam outro estudo publicado no mesmo periódico em 2021. Juntos os dois estudos mostram que a Alamandina, um peptídeo do SRA, através do receptor MrgD, atenua comportamentos tipo-ansioso e depressivo em ratos transgênicos.

A relevância desse estudo é particularmente significativa no contexto dos transtornos de ansiedade e depressão, que afetam milhões de pessoas no Brasil e em todo o mundo (aproximadamente 10% da população mundial), impactam os serviços de saúde e causam importantes repercussões sociais e econômicas. Apesar dos avanços em relação aos medicamentos para o tratamento desses transtornos, uma parcela significativa de pacientes é resistente/refratária às medicações disponíveis. Assim, existe uma busca contínua e incessante de novas moléculas para ampliar o arsenal farmacológico para o tratamento da ansiedade e depressão.

A pesquisa conduzida no ICB pelo grupo de pesquisa liderado pelo professor Lucas Kangussu, destaca-se por apresentar uma abordagem farmacológica nova e promissora na busca de novos alvos para o tratamento de transtornos neuropsiquiátricos direcionados para o SRA. As próximas etapas estão concentradas no entendimento dos mecanismos celulares e moleculares envolvidos nos efeitos ansiolíticos e antidepressivos da Alamandina.

Além disso, os pesquisadores também estão investigando se medicamentos já amplamente utilizados para tratar doenças cardiovasculares, como a hipertensão arterial, aumentam os níveis de Alamandina. Dessa forma, podem identificar novas possibilidades potenciais para o tratamento de transtornos de ansiedade e depressão com o reposicionamento de fármacos, ou seja, descobrir novos usos para remédios já usados para tratar outras doenças.

Os trabalhos citados acima foram desenvolvidos pelas alunas Laura Amado Costa e Laura Beatriz Oliveira Amaral, mestrandas do Programa de Pós-Graduação em Neurociências da UFMG, em parceria com os professores Robson Santos e Maria José Campagnole-Santos do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Nanobiofarmacêutica (INCT-Nanobiofar) e com financiamento da Fapemig, CNPq e CAPES.

Para acessar a pesquisa completa, clique aqui.

Grupo de pesquisa em Biologia do Sistema Renina-Angiotensina liderado pelo Prof. Lucas Kangussu. . Créditos: Pedro FigueiredoGrupo de pesquisa em Biologia do Sistema Renina-Angiotensina liderado pelo Prof. Lucas Kangussu. Créditos: Pedro Figueiredo

 

 

 

 

 

 

 

 Redação: Gabriel Martins e Lucas Kangussu

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