Atividade compõe iniciativas da Gerência de Resíduos para reforçar a segurança da comunidade
O curso "Noções básicas de biossegurança e descarte de resíduos" oferecido aos estudantes de Iniciação Científica pela Gerência de Resíduos e Biossegurança do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG) reuniu 84 alunos no auditório Cerrado no início da semana.
Com a palestra da farmacêutica Maria Aparecida Campana Pereira, servidora aposentada que atuou na área de biossseguranças do ICB UFMG por 37 anos, a iniciativa integra uma campanha mais ampla com objetivo de proteger a comunidade de riscos inerentes ao ambiente de pesquisa.
A participação dos alunos superou as nossas expectativas, demonstrando que existe demanda por conhecimentos mais aprofundados sobre o assunto, afirmou Thais Soares da Silva, gerente de Resíduos e Biossegurança. Para ela, essa primeira edição é como "o lançamento de uma semente" para formação de multiplicadores dentro e fora dos laboratórios".
A farmacêutica Ludmilla Parreiras Campos, da mesma gerência, relatou que alguns estudantes já se prontificaram em montar kits de segurança nos laboratórios onde atuam, "demonstrando sua disposição para a adoção de cuidados fundamentais no desenvolvimento da pesquisa, em favor da saúde dos colaboradores e de si mesmos, assim como a proteção do meio ambiente".
O curso foi organizado em conjunto com a Comissão Interna de Biossegurança e o Núcleo de Assessoramento à Pesquisa (NAPq), com apoio da Assessoria de Comunicação e Divulgação Científica (ACBio). "Essa iniciativa reforça a nossa preocupação e o cuidado do ICB UFMG com a proteção da saúde das pessosas em nossa comunidade, não só de pesquisadores nos laboratórios, mas de todos que convivem aqui", afirmou Ricardo Gonçalves, diretor.
Para ele, o movimento como um todo demonstra uma característica importante dos servidores do ICB: "o trabalho integrado de nossos técnicos administrativos e terceirizados em torno de um objetivo comum, já que envolveu não só profissionais da área de biossegurança, mas também o NAPq e a ACBio".
O curso foi oferecido gratuitamente, com emissão de certificado. A expectativa é de que uma nova turma seja oferecida no segundo semestre.
Edital está vigente com dois períodos de inscrição para eventos no primeiro e no segundo semenstre
A Diretoria do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG está, novamente, concedendo auxílio financeiro para que estudantes da graduação que estejam desenvolvendo atividades que possam ser apresentadas em eventos científicos, de Ensino ou de Extensão, no Brasil. O Edital está vigente e com prazo de inscrição até 29 de maio, para eventos no primeiro semestre, e de 1º de julho a 18 de outubro, para eventos no segundo semestre.
O edital estabelece as normas e critérios para a concessão do auxílio no valor de de R$ 500,00 para alunos não assistidos pela FUMP e de R$ 600,00 para alunos assistidos pela FUMP. Eles poderão apresentar seus trabalhos em congressos nacionais e internacionais que estejam acontecendo em Belo Horizonte e região metropolitana, para os quais cada selecionado receberá o auxílio do valor da inscrição, referente ao primeiro lote, até o teto de R$250,00.
Em 2023, doze estudantes foram beneficiados para participar em eventos como o 34º Congresso Brasileiro de Virologia (Ouro Preto-MG), X Congresso Brasileiro de Herpetologia (Porto Seguro-BA), 37ª Reunião Anual de Federação de Sociedades de Biologia Experimental (Búzios-RJ), 68º Congresso Brasileiro de Genética de 2023 (Ouro Preto-MG), 38ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Protozoologia (Caxambu-MG), Simpósio de Biológia Marinha (São Sebastião-SP) e 67. Annual Meeting of the Brazilian Society of Immunology (Ouro Preto-MG).
A aluna Ana Gabrielle Batista de Melo, no 10º período de Ciências Biológicas, recebeu o auxílio na edição passada e afirma que esse apoio fez toda diferença para ela. "Congressos, de maneira geral, tendem a sair bem caros, porque não é só simplesmente pagar o ingresso. Tem toda a logística de deslocamento, hospedagem, alimentação. Dessa forma, sem essa ajuda do ICB ufmg, eu não só não teria condições de ir como perderia a experiência", relatou.
A participação com apresentação de trabalho em eventos científicos pode ser pontuada em seleções de mobilidade nacional e internacional, estágios, monitorias, e até mesmo em processos para entrar no mestrado. Além disso, é uma oportunidade para a criação de networks nas áreas de estudo do aluno.
"Nós recebemos tanto certificado de participação quanto o certificado de apresentação de pôster ou apresentação oral. Isso conta pontos nas Atividades Acadêmicas Curriculares Complementares (AACCs) que temos que fazer ao longo da graduação", explicou Ana Melo.
Para o edital de 2024, poderão se inscrever os estudantes participantes de atividades de Iniciação Científica ou de Extensão, sob a orientação de docentes do ICB e que estejam regularmente matriculados no período da utilização do recurso financeiro, aprovado pela Comissão Julgadora das propostas. Os alunos devem ter nota acima ou igual a 70 na média geral dos semestres.
Além da inscrição por meio de formulário próprio, os interessados deverão apresentar documentos para análise e link do evento do qual desejam participar. O(a) candidato(a) selecionado(a) deverá possuir conta corrente, da qual seja o único titular, e os comprovantes de inscrição para ressarcimento. Terá direito a receber o auxílio, o autor que apresentar o trabalho.
PROGRAMA INSTITUCIONAL DE AUXÍLIO PARA PARTICIPAÇÃO DE ESTUDANTES DE GRADUAÇÃO
EM EVENTOS DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO EM ÂMBITO NACIONAL
Inscrições : hps://forms.gle/3LzoJtVRkKdLNyKh9
Edital: https://encr.pw/vTLFI
Renan Vasconcelos foi o único membro da UFMG a receber o prêmio
O doutorando Renan Vasconcelos, do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG), foi o vencedor de sua categoria do Prêmio Rick Foray, entregue durante o Décimo Congresso Brasileiro de Micologia, realizado no início desse ano na UFMG. Participando com outros pesquisadores de todo o país, ele foi o único membro da UFMG a receber o prêmio., que também é entregue a estudantes de graduação e mestrado.
Considerado o maior de toda a história, o Congresso agraciou os melhores projetos relacionados ao estudo dos fungos. A pesquisa que deu o Prêmio ao doutorando trata sobre a proliferação do fungo Candida albicans dentro do intestino, provocando diversos sintomas, como inflamações que se aproveitam da mucosite já causada pelo tratamento. Essa proliferação pode ser causada pela interação do fungo com aminoácidos que são disponibilizados pelo 5-FU, fármaco muitas vezes usado no tratamento quimioterápico para câncer. Para isso, foram feitos testes em camundongos, todos as espécies que tiveram o contato entre o 5-FU e do fungo morreram devido às consequências.
De acordo com Renan Vasconcelos, o fungo se prolifera principalmente no estômago do paciente, agravando o quadro clínico para além dos efeitos colaterais dos fármacos utilizados para o tratamento, dificultando muito a identificação e diagnóstico da inflamação, impactando o tratamento.
“Quando apareceu minha foto eu nem deixei me chamarem, já levantei gritando e fui lá pra frente!”, afirma Renan Vasconcelos, que tinha como sonho receber esse prêmio desde a primeira vez que participou do Congresso Nacional de Micologia, em 2017. O prêmio RIck Foray existe em homenagem ao pesquisador que tem o mesmo nome, considerado pai da Micologia no Brasil. “Eu fui lá eufórico, não consegui reagir a nada direito, estava muito feliz”, relembrou.
Novo método científico pode baratear custos de produção no futuro
O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras), com sede no Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, acaba de realizar uma clonagem importante. Os cientistas do grupo que atua na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) conseguiram produzir uma cópia da enzima transglutaminase (TGase) recombinante. Inicialmente, o objetivo foi desenvolver uma levedura - similar às que se usam na fabricação do pão ou da cerveja - para produzir a enzima TGase.
Esta enzima é importante na fabricação de derivados de proteínas animais, tais como embutidos, laticínios, novas proteínas vegetais e pães. A levedura escolhida para a clonagem é a Pichia pastoris, conhecida por sua segurança e versatilidade metabólica. A indústria brasileira praticamente importa toda a TGase de que necessita e a criação desse novo sistema biológico (levedura e clonagem) poderá baratear os custos de produção desses alimentos no futuro.
A ideia original de clonar a TGASE em Pichia é do grupo BiotecLab, coordenado pelo professor Marco Antônio Záchia Ayub e sua orientanda de pós-doutorado Lovaine Duarte. Em seu trabalho de doutorado, ela caracterizou a TGase de Bacillus sp. que, agora, é o objeto de estudos neste projeto.
No INCT Leveduras, coordenado pelo biólogo Carlos Rosa, titular do Departamento de Microbiologia do ICB UFMG, o grupo do professor Ayub é responsável por caracterizar e selecionar leveduras com capacidade de fermentar os principais açúcares constituintes de matérias-primas agroindustriais, que apresentem alta capacidade de produção de enzimas e outras biomoléculas. O objetivo é criar produtos fermentados inovadores para aplicação nas indústrias farmacêutica, biotecnológica e de alimentos.
Os experimentos que levaram à clonagem da TGASE na Pichia foram desenhados pelo professor Diego Bonatto, do Departamento de Biologia Molecular e Biotecnologia da UFRGS, com a participação da bióloga Isabela Sfalcin, bolsista de Iniciação Científica.
“Conseguimos inserir na levedura Pichia pastoris (Komagataella phaffii) dois genes sintéticos para a expressão da TGase proveniente de Bacillus sp. Como a TGase é uma proteína que pode ser tóxica para a levedura, foi desenvolvida uma forma de colocar a TGase na superfície da célula da levedura e, dessa forma, evitar que a enzima mate a célula. Também clonamos um sistema para expressar a TGase, tanto na superfície da célula, quanto em em uma organela muito abundante nesta espécie de levedura chamada peroxissomo, e que tem sido usada para a expressão de proteínas tóxicas mais complexas de manejar, como é o caso da TGASE”.
Para o professor Bonatto e para Duarte, o principal desafio foi estabelecer uma técnica rápida de transformação da levedura. “Foram aproximadamente seis meses para desenvolver procedimentos mais confiáveis para descobrir se as células de Pichia pastoris estavam com os genes para a TGase”. Para isso, eles simplificaram os meios de cultura usados para a obtenção das leveduras transformadas, tornando a seleção das colônias mais rápida.
O trabalho do grupo não é de todo inédito, mas uma adaptação de procedimentos já usados por outros pesquisadores. “Existem vários grupos tentando expressar TGase de diferentes organismos em Pichia pastoris”, mas a novidade, de acordo com o Bonatto, é que “em todos os casos, o rendimento de TGase obtido é muito pequeno, o que impede a sua produção e seu escalonamento industrial”.
A próxima etapa, relata o professor Ayub, coordenador do projeto, é iniciar as pesquisas de expressão, produção, purificação e aplicação da TGASE em sistemas alimentícios. Os trabalhos serão realizados em biorreatores e contarão com a participação de outro bolsista do INCT Leveduras, Vitor Galante.
A transglutaminase (TGase) é uma enzima de importância industrial e a sua produção em leveduras é um desafio. A sua clonagem em Pichia pastoris usando genes sintéticos com características inovadoras pode abrir espaço para a produção de outras enzimas e proteínas de difícil expressão, mas que tem apelo industrial ou terapêutico.
Com trabalho na área de Biologia Sintética e de Bioprocessos, o INCT Leveduras inclui pesquisadores de mais de dez regiões do Brasil e tem como principal objetivo gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira e, a partir do estudo desses microrganismos, promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável.
Reportagem: Dayse Lacerda
Nova estrutura busca melhoria do serviço de assessoria aos servidores e otimização de recursos
A Gerência de Projetos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB UFMG) está retomando seu funcionamento. Depois de um período de reestruturação, a assessoria aos servidores nas questões relacionadas a contratos, acordos, convênios e termos de cooperação voltou a ser oferecida nessa semana.
Com atendimento provisório na sala do Cenex (Sala F1-70), das 8h às 12h e das 14h às 16h, a Gerência de Projetos tem à frente Técnica Administrativa em Educação (TAE) Valéria Maria da Silveira, especialista em Gestão Pública, e conta com a colaboração da estagiária Sueli Vicente de Aquino Silva.
De acordo com Valéria Silveira, além da assessoria e do elo de ligação com Administração Central (ProPlan), Fundações de Apoio e órgãos externos, para facilitar o alcance de resultados e o aprimorando da qualidade dos serviços, "a Gerência de Projetos também procura orientar a Diretoria no sentido da melhoria dos processos e otimização de recursos".
O contato com a Gerência de Projetos está sendo feito através do e-mail