A pesquisa foi coordenada por Pietro K. Maruyama e conta com 70 colaboradores
foi publicada na revista Proceedings of the National Academy of Sciences USA (PNAS).
Uma pesquisa sobre os efeitos da urbanização nas interações ecológicas entre beija-flores e flores, coordenada pelo pesquisador Pietro K. Maruyama, do Departamento de Genética, Ecologia e Evolução do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG e em colaboração com outros 69 cientistas de instituições brasileiras e internacionais,O trabalho mostra como a transformação de áreas naturais em cidades impacta a biodiversidade e a forma como os beija-flores, responsáveis pela polinização de milhares de espécies de plantas, interagem com suas fontes de alimento. A pesquisa revelou que, em ambientes urbanos, há uma menor diversidade morfológica de beija-flores e plantas, com interações mais generalizadas e, consequentemente, uma possível diminuição na qualidade dos serviços de polinização.
Com grande abrangência geográfica e envolvendo dados de 176 espécies de beija-flores e 1.180 espécies de plantas, do norte do México ao sul do Brasil, a pesquisa mostrou que, embora fatores climáticos influenciem as comunidades estudadas, a urbanização causou um efeito consistente e negativo em grande escala.
A urbanização é uma das principais ameaças à biodiversidade, por isso o estudo também destaca a importância de práticas de planejamento urbano que favoreçam a diversidade, como o plantio de espécies nativas, por exemplo. Isso pode contribuir para a manutenção e até mesmo o aumento da diversidade em áreas urbanas, especialmente no que se refere a polinizadores, como os beija-flores.
A PNAS é uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo e, há mais de 100 anos, tem coberto uma vasta gama de disciplinas, desde as ciências biológicas até as ciências sociais. Fundada em 1914 pela Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos (NAS), sua primeira edição foi publicada em 1915, desde então ela se consolidou como uma plataforma para a divulgação de pesquisas inovadoras e de alta relevância científica.
Publicar na PNAS é um grande reconhecimento para os pesquisadores do ICB UFMG, uma vez que, assim como a UFMG, a revista é sinônimo de excelência científica e é amplamente reconhecida por disseminar estudos de grande relevância global. Esse destaque contribui não apenas para a visibilidade internacional do instituto, mas também para fortalecer sua posição como um centro de excelência em pesquisas de impacto global, especialmente em áreas críticas como a ecologia e a preservação da biodiversidade.
Redação: Timóteo Dias
Evento reforça laços e apresenta nova comissão responsável pelo bem-estar dos servidores do ICB
No dia 7 de novembro, a Comissão de Recursos Humanos do Pessoal Técnico-Administrativo do ICB promoveu o evento CONVIVER!, voltado para estimular a interação e a integração entre os servidores. Em um momento de confraternização, a nova comissão foi apresentada oficialmente aos participantes e aproveitou a oportunidade para acolher os recém-chegados.
O grupo é formado pela gerente de Recursos Humanos, Kellen Xavier Soares de Freitas, e por quatro representantes eleitos pelos colegas: Iuri Oliveira Franco, Webster Glayster Pimenta dos Reis, Nayara Késia Lima Mendes Moura e Vinícius Stefano Santos Morais, acompanhados dos suplentes Fernanda da Vitória Lebarcky, Vanessa do Espírito Santo, Jacqueline Vanessa da Conceição Cassimiro e Bruno Vasconcelos Batista Ferreira.
Com o objetivo de fortalecer o ambiente de trabalho e promover um clima mais acolhedor, a comissão planeja retomar atividades de convivência e celebrações interrompidas durante a pandemia. A intenção é criar mais oportunidades de descontração, o que contribuirá para o bem-estar e a qualidade de vida dos servidores.
Bebida experimental foi produzida com leveduras da biodiversidade brasileira
Cervejas e pães produzidos pelos pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras foram atração na segunda edição da Terça da Inovação, realizada na Escola de Engenharia da UFMG na primeira semana de outubro. Na ocasião, o INCT Leveduras apresentou, pela primeira vez, a cerveja Minha Honney Beer, bebida experimental fermentada com leveduras da biodiversidade brasileira e produzida apenas com ingredientes nacionais.
A Terça da Inovação reuniu estudantes, professores, pesquisadores e instituições do ecossistema de inovação mineiro, que também puderam saborear os pães fermentados com leveduras do Brasil desenvolvidas em pesquisas com interesse biotecnológico no Laboratório de Taxonomia, Biodiversidade e Biotecnologia de Fungos do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.
Além da degustação, o INCT Leveduras levou à Terça da Inovação o caso de sucesso da Star Brasilis, uma levedura mineira licenciada pela empresa Laboratório da Cerveja. A bióloga Luciana Brandão compartilhou sua experiência de colocar no mercado de cervejas artesanais um produto desenvolvido na universidade.
Outro destaque do INCT Leveduras foi a distribuição do fanzine “Aventuras de Leveduras”, com ilustrações da cartunista Virna Campos, levando conhecimento científico sobre leveduras aos participantes de um jeito divertido.
A Terça da Inovação, em sua segunda edição, é uma iniciativa que promove a cultura empreendedora, conectando a pesquisa da UFMG com o mercado. Em 2024, o evento teve a parceria do INCT Leveduras.
Método diagnóstico poderá ser usado em hospital com surto do superfungo em BH
Um teste diagnóstico para identificação de “Candida auris” desenvolvido com orientação de pesquisadores do INCT Leveduras teve seu pedido de patente depositado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O novo método diagnóstico poderá ser usado para testar pacientes no Hospital João XXIII, em Belo Horizonte, onde um surto do “superfungo” vem preocupando autoridades de saúde de Minas Gerais. Quatro casos foram confirmados e mais de vinte são investigados.
O teste desenvolvido pela farmacêutica Viviane Cata Preta de Souza - sob orientação dos professores Susana Johann e Carlos Augusto Rosa e co-orientação de Raquel Basques Caligiorne - consiste em um meio de cultura chamado Candida auris Selective, ou CAS, e pode ajudar no processo de controle de infecções hospitalares, já que o número de testes específicos para identificação de fungos ainda é muito reduzido.
O CAS fornece nutrientes para que o fungo, na verdade uma levedura renomeada recentemente como Candidozyma auris, cresça em ambiente controlado, inibindo outras espécies de leveduras oportunistas. “Os testes mostraram sensibilidade de 92,9% e especificidade de 100% para a Candida auris em estufa a 36°C, afirma a bióloga Susana Johann.
Criada no Laboratório de Taxonomia, Biodiversidade e Biotecnologia de Fungos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, a tecnologia possibilita a realização de testes rápidos e com baixo custo. Segundo a farmacêutica Viviane Cata Preta Souza, o novo método pode ser usado para rastrear pacientes ou equipamentos portadores da Candidozyma auris e para diagnóstico de infecção pela levedura.
“Barato e fácil de usar, ele dispensa treinamento técnico tanto para aplicação quanto para interpretação dos resultados”, explica. Mas seu grande diferencial, de acordo com a pesquisadora, é a economia de espaço no laboratório com uso de microplacas e a possibilidade de dispensa da estufa exclusiva de 40°C.
Com alta transmissibilidade e resistência, a C. auris pode causar infecção sistêmica e levar à morte pacientes com comorbidades, idosos, transplantados, submetidos a cirurgias e internados geralmente em UTI por longos períodos. De posse do resultado positivo, os profissionais de saúde podem iniciar imediatamente as medidas de tratamento e de limpeza, aumentando as chances de cura dos pacientes e evitando a propagação no ambiente.
A professora Susana Johann acredita que essa solução pode ser eficaz como teste auxiliar na identificação da Candida auris, viabilizando a testagem de um número maior de pessoas ao mesmo tempo. “Esperamos ajudar a preservar mais vidas e a proteger pacientes e profissionais de saúde. Também é nossa expectativa contribuir para a redução de custos no processo de identificação, tratamento e desinfecção dos ambientes”, afirma.
Susana Johann - http://lattes.cnpq.br/7244522592099497
Bióloga – Pesquisadora do INCT Leveduras e professora Associada I do Departamento de Microbiologia do ICB UFMG
Viviane Cata Preta Souza - http://lattes.cnpq.br/9310646095309139
Farmacêutica, mestre em Microbiologia pelo ICB UFMG
Dayse Lacerda – Jornalista
Assessoria de Comunicação Social e Divulgação Científica do INCT Leveduras
(31)988833476
Pesquisador da UFMG se destaca no estudo e desenvolvimento de probióticos
Uma nova espécie de levedura descoberta por pesquisadores do INCT Leveduras a partir de amostras de madeira podre coletadas nos ecossistemas da Mata Atlântica e da Floresta Amazônica no Brasil recebeu o nome do bioquímico francês, Jacques Robert Nicoli, professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A homenagem ao titular aposentado do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciência Biológicas da UFMG (ICB-UFMG) se deve “às suas contribuições ao estudo e desenvolvimento de microrganismos probióticos”, destacou o biólogo Carlos Augusto Rosa, que assina com outros autores o artigo em que o novo microrganismo foi descrito.
A mesma levedura descrita pelos pesquisadores do INCT Leveduras foi associada à infecção de um crocodilo adulto macho da espécie Crocodylus niloticus no Zoológico de Belo Horizonte. Partes do DNA da espécie recém-descoberta eram idênticas à de uma linhagem não cultivada de Spencermartinsiella que teria causado a doença no animal.
“Nós fizemos testes de virulência in vitro e in vivo, usando larvas de inseto como modelo. E observamos que essa levedura foi letal para a maioria delas”, conta a farmacêutica Katharina Barros. Para a pesquisadora, em estágio pós-doutoral no Laboratório de Taxonomia, Biodiversidade e Biotecnologia do ICB-UFMG, as análises sugerem que S. nicolii pode ser um patógeno oportunista para pessoas e animais com o sistema imunológico enfraquecido.
Jacques Nicoli é autor de mais de 330 artigos e publicou 37 livros ou capítulos. Coinventor de oito processos ou produtos depositados, ele morou, estudou e trabalhou em vários países. Na cerimônia de outorga do título de professor emérito, ele destacou em seu discurso que nunca vai se arrepender “de ter escolhido o Brasil para viver, trabalhar e terminar meus dias”.
Ao expressar sua “honra e gratidão” pela homenagem, o professor Jacques Nicoli destacou a colaboração “incansável” de inúmeros estudantes, técnicos e docentes pesquisadores. Entre eles, chamou a atenção para o também professor e pesquisador Carlos A. Rosa, “um dos maiores especialistas internacionais em Ecologia e Biotecnologia de Leveduras”, com o “isolamento de um dos mais polivalentes probióticos com os quais trabalhamos: a levedura Saccharomyces cerevisiae UFMG 905”. Nicoli também lembrou “a contribuição fundamental de várias empresas nacionais e internacionais que apoiaram financeiramente nossos projetos”.
Os trabalhos com probióticos iniciados pelo professor Nicoli continuam com seus colegas de laboratório, Flaviano Martins e Elisabeth Neumann, e a colaboração de pesquisadores de vários departamentos do ICB-UFMG, de outros institutos da Universidade e de outras universidades e instituições nacionais e internacionais, especialmente da França, Argentina e Cuba.
Este microrganismo mostrou uma extrema eficácia como probiótico em quadros diversos como o tratamento e a prevenção de diarreia, asma, alergia alimentar e doenças inflamatórias intestinais (colite e mucosite). Esta linhagem de levedura é objeto de patentes para processos de produção de pão de forma e cerveja artesanal probióticos.
O artigo que descreve a nova espécie de levedura Spencermartinsiella nicolii
está disponível na íntegra em https://l1nq.com/MboOV
Financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o INCT Leveduras inclui pesquisadores de mais de dez regiões do Brasil e tem como principal objetivo gerar conhecimento sobre as leveduras da biodiversidade brasileira e, a partir do estudo desses microrganismos, promover inovações biotecnológicas consideradas estratégicas para o desenvolvimento sustentável. Criado em 2008, INCT é um dos mais importantes programas de fomento a projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos do país, mantido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
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