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“Hoje, todos os alimentos geneticamente modificados que estão sendo consumidos pela população possuem um histórico seguro de uso”. Essa foi a mensagem principal da conferência de Leila Macedo, presidente da Associação Nacional de Biossegurança, nesta terça, 20. Segundo Leila, a frase é a resposta perfeita para a pergunta: “heróis ou vilões?”, proposta no título do evento que abriu oficialmente o Encontro de Ciência, Cultura e Arte do ICB, na Seção Andorinha.

A programação, gratuita e aberta ao público, continua até quinta, e integra semanas de C&T e do Conhecimento da UFMG. (PDF)

A análise, caso a caso, dos benefícios e riscos de organismos geneticamente modificados foi o principal ponto defendido pela professora. Segundo ela, os organismos que estão sendo comercializados a mais de 20 anos não apresentam riscos para a saúde e não estão relacionados com o aumento do número de doenças, como o câncer.

“A mídia faz associações e contestações que, muitas vezes, não tem um embasamento científico. Isso faz com que a população reproduza esse discurso e crie uma ‘publicidade do medo’” , afirma Leila, mostrando uma propaganda anti-transgênico em que um tomate aparece com o rosto do Frankenstein.
Para contestar esse ponto de vista, Leila apresentou dados que comprovam os benefícios dos transgênicos para o meio ambiente e para a saúde humana.

“Estamos passando por uma crise hídrica e sabemos que, no Brasil, 80 por cento da água vai para agricultura. Não podemos viver sem agricultura e, por isso, é preciso usar tecnologias alternativas”, lembra Leila, citando o caso da Argentina que, ainda este mês desenvolveu e aprovou o uso de uma soja resistente à seca.

Além disso, a fim de opor-se a posições ambientalistas, a autoridade em biossegurança apresentou um gráfico que associava produtividade e área desmatada. Com o uso de sementes transgênicas é preciso desmatar uma área muito menor para obter a mesma produtividade.

Do ponto de vista do uso da biotecnologia para avanços na área da medicina e da saúde, Leila deu destaque ao controle de doenças através  de vetores geneticamente modificados. Como exemplo, citou o caso do Aedes aegypti modificado, cuja “missão” é encontrar fêmeas -  responsáveis pela transmissão da doença -  e reproduzir filhotes que morrerão antes da fase adulta.

Leila chamou atenção ainda para a necessidade urgente de uma melhor comunicação entre a sociedade e os cientistas, para que se resolva o impasse da desinformação através do diálogo. Para ela é preciso, através da divulgação científica, desconstruir paradigmas. E um deles é o de que "não existe dono da verdade".

 

Redação: Sarah Dutra - Estudante de Comunicação Social da UFMG

Foto: "Manifestação pro milho transgênico (Antonio Cruz) 20mar07" por Antonio Cruz/ABr

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