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Divulgação Científica

Bruno Souza - "A dopamina regula as sinalizações  da Akt e da DARPP-32 no cérebro da larva de zebrafish" - Foto: Marcus Vinicius Santos-ACBio/UFMGO papel da dopamina nos diferentes estágios do desenvolvimento do cérebro e do comportamento foi o tema do Seminário do Programa de Pós-graduação em Biologia Celular deste mês. O convidado, o professor Bruno Rezende de Souza (foto), do departamento de Fisiologia e Biofísica do ICB, apresentou os principais resultados de suas pesquisas nessa área.

Bruno Souza - "A dopamina regula as sinalizações
da Akt e da DARPP-32 no cérebro da larva de zebrafish"
Foto: Marcus Vinicius Santos-ACBio/UFMG

 

Seus estudos partem do pressuposto de que a dopamina tem diferentes funções nos vários estágios do desenvolvimento do cérebro. Tanto na formação de novos neurônios (neurogênese), quanto no processo de formação de sinapses entre os neurônios do sistema nervoso central (sinaptogênese).Para investigar esta hipótese, sua equipe manipula a sinalização dopaminérgica farmacologicamente.“Para isso, utilizamos dois modelos experimentais: zebrafish e camundongos. Por quê? Porque cada um tem as suas vantagens”, esclarece.

O professor ensina que a sinalização dopaminérgica existe desde os primeiros estágios do desenvolvimento do cérebro. “Sabemos que pacientes com alguns transtornos psiquiátricos apresentam tanto alterações na sinalização dopaminérgica, como na formação do cérebro, mas pouco sabemos sobre o papel da dopamina no desenvolvimento cerebral”, afirma.

 

REPRODUÇÃO - Pallium_GABA_dlx6 - Pallium da larva de
zebrafish
com 5dpf. Em vermelho, o neurotransmitter GABA,
em verde a
proteína fluorescente verde (GFP) sob
controle do gene dlx5/6,
e, em azul, marcador nuclear Hoechst.
Fonte: Bruno Souza

Até o momento a equipe de Souza já conseguiu demonstrar que a dopamina regula as sinalizações da Akt e da DARPP-32 (veja quadro abaixo) no cérebro em desenvolvimento da larva de zebrafish, uma espécie de peixe de pequeno porte, conhecido também como paulistinha ou peixe-zebra, de fácil e econômica criação, com alta reprodutividade, cujo genoma já está sequenciado e apresenta grande semelhança com as estruturas funcionais dos mamíferos.

“Demonstramos que a dopamina está envolvida no desenvolvimento do sistema GABAérgico e do comportamento motor da larva de zebrafish”, destaca o pesquisador.

Já em camundongos, eles demonstraram que a sinalização dopaminérgica pode interage com o estresse nos cinco primeiros dias pós-nascimento, alterando diversos comportamentos dos camundongos quando adultos. “Nossos resultados também sugerem que a sinalização dopaminérgica é importante no processo de desenvolvimento do sistema nervoso central”, diz.

O pesquisador explica ainda que a importância de estudos dessa natureza é poder contribuir na compreensão das bases e causas do desenvolvimento humano e na identificação de alvos de tratamento e prevenção de doenças.

OS MODELOS ANIMAIS

O zebrafish, por ter o desenvolvimento externo (em um ovo), facilita a manipulação farmacológica durante o desenvolvimento. Ou seja, posso tratar as larvas com bloqueadores e ativadores de receptores dopaminérgicos, na água, enquanto estão em desenvolvimento. A desvantagem é que estão evolutivamente distantes do humano.

Já os camundongos, por um lado têm a vantagem de serem mais próximos do ser humano, com arquitetura cerebral e comportamentos similares aos nossos. Por outro lado, seu desenvolvimento é intrauterino, o que dificulta o tratamento farmacológico, e tem grande influência da mãe durante o desenvolvimento, como nos níveis de cortisol do estresse da mãe e infecção viral, por exemplo.

Para mais informações:

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Redação: Marcus Vinicius dos Santos – jornalista especializado em ciências da vida, Assessor de Comunicação do ICB -

 

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