Um estudo que apresenta uma nova possibilidade de tratamento da dependência de drogas de abuso, como a cocaína, será apresentado durante o evento satélite mineiro do 9º Congresso Mundial de Pesquisas do Cérebro (IBRO 2015), que começa na próxima segunda-feira, 13, e vai até 15 de julho. Pela primeira vez na América Latina, em Minas Gerais o congresso tem foco na Dopamina e será realizado no auditório da Reitoria da UFMG, no campus Pampulha, em Belo Horizonte. As inscrições ainda estão abertas.
Segundo o líder da pesquisa, professor Fabrício Araújo Moreira, do departamento de Farmacologia do Instituto de Ciências Biológicas (ICB), a proposta, ainda em estágio experimental, se baseia em identificar mecanismos que facilitem ou reduzam a ação dos endocanabinóides, um grupo de neurotransmissores conhecidos como “maconha do cérebro”.
A partir desse mapeamento espera-se que seja possível desenvolver medicamentos sintéticos que possam ativar ou suprimir a produção de substâncias químicas pelos endocanabinóides. Esses neurotransmissores estão associados à perda de memórias, relaxamento mental e muscular, controle da dor e da ansiedade.
“A dificuldade em interromper o uso da cocaína ocorre, em parte, porque ela afeta a maneira como o cérebro processa e produz endocanabinóides. Que já estão ativos e, em níveis adequados são necessários ao perfeito funcionamento do organismo”, afirma o professor.
CANABIDIOL NÃO “DÁ BARATO”
Uma substância que se mostrou capaz de reduzir os efeitos tóxicos da cocaína em modelos experimentais, segundo Fabrício Moreira, é o Canabidiol (CBD).
O CBD é uma das diversas substâncias presentes na maconha e, dentre outros possíveis usos medicinais, possui um princípio anticonvulsivante, que alivia sintomas de síndromes como a epilepsia. "Um de nossos objetivos é entender porquê o canabidiol funciona nesses casos em que os medicamentos convencionais não funcionam", afirma.
Entretanto, a desinformação e o preconceito, junto com a burocracia brasileira, seriam o grande impedimento para o avanço dos estudos dessa substância como alternativa terapêutica. “Por isso ainda há poucos estudos clínicos, apenas pesquisas experimentais, com modelos animais”, reclama, classificando de "equivoco" associar o Canabidiol aos efeitos negativos da maconha. "Se essa substância fosse encontrada em qualquer outra planta não haveria tanta rejeição", arrisca, lembrando que somente em 2015 a substância foi liberada pela Anvisa para estudo.
Sobre a sensação de “barato”, proporcionada pela maconha, ele esclarece: “O THC (tetrahidrocanabinol) é que é o principal responsável pela ativação excessiva do sistema endocanabinóide e pela dependência”, afirma. Já a ação do Canabidiol é isolada.
CANABIDIOL, SEGUNDO A ANVISA
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MAIS SOBRE O IBRO 2015
O evento satélite do Congresso Mundial de Pesquisas do Cérebro (IBRO 2015) em Belo Horizonte será no campus Pampulha da UFMG, entre 13 e 15 de julho. Presidido pela professora Ângela Maria Ribeiro, do Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB, o evento reúne pesquisadores de diferentes programas de pós-graduação: Neurociências, Bioquímica e Imunologia, e Fisiologia e Farmacologia. Esta é a primeira vez que o IBRO será realizado na América Latina. Além do Rio de Janeiro, onde será a sede do evento mundial,acontecem eventos satélite também em outras 2 cidades brasileiras.
INSCRIÇÕES E OUTRAS INFORMAÇÕES DO SATÉLITE DO IBRO NA UFMG (DOPAMINA)
SERVIÇO
15 de Julho: Quarta-feira
8h30 - Auditório da Reitoria.Mesa redonda 3: Dopamina e abuso de drogas
Coordenador: Fabrício A. Moreira
Palestrantes:
Frederico D. Garcia (UFMG) A via dopaminérgica do estriado e alcoolismo
Fabrício A. Moreira (UFMG): Um cérebro de dopamina: o papel dos endocanabinóides
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CONTATOS PARA A IMPRENSA
Prof. Fabrício de Araújo Moreira - Pesquisador. Departamento de Farmacologia do ICB-UFMG - (31) 3409-2719 -
Profa. Ângela Maria Ribeiro - Presidente do Congresso. Fundadora do Programa de Pós-graduação de Neurociências. Departamento de Bioquímica e Imunologia do ICB-UFMG - (31) 3409-2646 -
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