Procedimentos de estética estão sendo reproduzidos em peças anatômicas frescas
O ensino-aprendizagem em anatomia é essencial para a formação de profissionais de todas as áreas de conhecimento ligadas à saúde e um fator isolado para prevenção de intercorrências médicas. Pensando em proporcionar uma maior conexão entre teoria e prática a estudantes e profissionais que tiveram sua formação impactada pela falta de contato com peças anatômicas frescas, o 1º Congresso Brasileiro de Anatomia Aplicada à Estética reúne mais de 530 profissionais da área de estética na UFMG entre hoje, 30, e amanhã, inaugurando um conceito de estudo inédito no Brasil.
“Durante muito tempo houve um vácuo na doação de cadáveres. Há uma quantidade muito grande de faculdades que não tem, em função de uma legislação muito rígida. Além disso, nós tivemos uma pandemia de covid-19 que afetou bastante a dinâmica de ensino-aprendizagem. Mesmo as instituições que dispõem ficaram pelo menos dois anos sem usar os laboratórios”, afirmou Antônio Custódio, professor do Departamento de Morfologia e coordenador do evento.
Durante o encontro, os principais procedimentos realizados na estética estão sendo reproduzidos e apresentados aos participantes em peças frescas, demonstrando os planos e estruturas anatômicas. Ao todo, estão previstas quinze atividades práticas, transmitidas ao vivo direto dos Laboratórios de Anatomia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG. Na condução das atividades estão 27 professores que são referência nessa área de atuação no Brasil.
A professora Élida Rabelo, vice-diretora do ICB UFMG, destacou que “nesse 1º Congresso de Anatomia Aplicada à Estética, vemos a intercessão perfeita dos pilares defendidos pela universidade: ensino, pesquisa e extensão”. Ao saudar alunos e antigos alunos na cerimônia de abertura, ela afirmou ser a universidade o foro mais adequado para uma formação continuada.
A programação, dividida em módulos, continua nessa sexta-feira com os temas “Anatomia das Suspensões” e “Anatomia aplicada às Cirurgias Estéticas”.
Os procedimentos estéticos tiveram um crescimento exponencial em todo o mundo, alavancado pela importância que a imagem pessoal representa nas redes sociais. Atualmente, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking mundial da estética, de acordo com relatório da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps). Pelo levantamento também é possível perceber a mudança no perfil do paciente, que busca cada vez mais por intervenções menos invasivas. Entre 2016 e 2020 o número de procedimentos injetáveis cresceu 24,1% no país.
Redação: Dayse Lacerda - jornalista na ACBio