Obtidos de cogumelos e insetos da Floresta Amazônica brasileira, potencial biotecnológico dos microrganismos será estudado pelo INCT Leveduras
Quatro novas espécies de leveduras acabam de ser descobertas por pesquisadores do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, em colaboração com colegas do Museu Paraense Emílio Goeldi e da University of Western Ontario, Canadá. Os novos organismos receberam os nomes de pesquisadores brasileiros e serão estudados pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras).
De acordo com o líder do estudo, professor Carlos Augusto Rosa, do Departamento de Microbiologia do ICB UFMG, foram obtidos dez isolados de levedura, representando as novas espécies do gênero Teunomyces, a partir da estrutura reprodutora de cogumelos (Marasmiellus volvatus, Tricholomopsis aurea, Hydropus sp. e Favolus tenuiculus) e de drosófilas, insetos conhecidos como “moscas da banana”.
Em artigo publicado no International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology, a partir de análises genéticas, os autores mostram que as novas espécies diferem em cerca de 3% de seus parentes mais próximos. Essas leveduras receberam os nomes dos pesquisadores Andreas Karoly Gombert, da Escola de Engenharia de Alimentos da Unicamp; Melissa Fontes Landell, da Universidade Federal de Alagoas; Leda Cristina Santana Mendonça-Hagler, Universidade Federal do Rio de Janeiro; e Paula Benevides de Morais, da Universidade Federal do Tocantins. Segundo o professor Carlos Rosa, “trata-se de uma homenagem pelas reconhecidas contribuições de seus trabalhos de pesquisa com leveduras”.
Até o momento, não se sabe se as novas espécies do gênero Teunomyces, associadas a cogumelos de florestas tropicais, têm algum potencial para aplicação biotecnológica. Estudos nesse sentido serão conduzidos pela rede de pesquisadores do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Leveduras (INCT Leveduras), coordenada pelo professor Carlos Rosa, que também é curador do acervo de leveduras e bactérias da Coleção de Microrganismos e Células da UFMG.
O artigo completo está disponível no link https://doi.org/10.1099/ijsem.0.006035
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Redação: Dayse Lacerda - jornalista na ACBio