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WhatsApp Image 2023 08 17 at 14.17.36Evento do Laboratório de Microbiota e Imunomodulação foi possível com financiamento internacional

Embora clássica, e há até pouco tempo mais restrita à microbiologia, muitos profissionais das áreas das ciências da vida não conhecem a técnica de cultura de bactérias da microbiota, nem como explorá-la para fazer avançar suas pesquisas e conhecimento científico.

Pensando nisso, a professora Angélica Thomáz, do Departamento de Bioquímica e Imunologia, buscou um financiamento internacional e trouxe para o Laboratório de Microbiota e Imunomodulação do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG um curso prático que ensina a manipular em laboratório esses microrganismos presentes no intestino humano e animal.

“Nosso objetivo é mostrar a funcionalidade das bactérias que vivem no intestino, a microbiota, e sua importância para toda a fisiologia do indivíduo”, informou a bióloga, doutora em imunologia. Ela explica que é possível cultivar em laboratório as bactérias coletadas das fezes frescas de animais experimentais ou seres humanos para fazê-las crescer, manipular e conhecer seu papel regulador do sistema imunológico e sua conexão com os vários eixos do organismo.

WhatsApp Image 2023 08 17 at 14.17.40Contando com o apoio de dez estudantes da disciplina Café com Microbiota na organização, o curso abrangeu desde alunos da graduação até professores, de vários estados do Brasil, dentro da programação do Simpósio Immunological Advances In Mucosal-Microbiota Crosstalk, da Sociedade Internacional de Imunologia da Mucosa. O evento aconteceu em Belo Horizonte na última semana, com a participação da professora Ana Caetano, diretora do Departamento de Ciências e Tecnologia do Ministério da Saúde e presidente da Sociedade Brasileira de Imunologia.

Para Angélica Thomáz, a expansão do conhecimento sobre a importância da microbiota em vários campos faz com que cientistas que trabalham com áreas diferentes como a neurociência, por exemplo, e que, geralmente, não tem conhecimento microbiológico específico estejam aprendendo a técnica para incorporar o conhecimento aos seus estudos e fazer avançar suas pesquisas.

“Nosso intestino está conectado através da microbiota com cérebro, com o coração, com a medula óssea, com pulmão e outros. É importante conhecer exatamente os mecanismos que diferenciam essas bactérias, utilizar meios seletivos diferentes, nutrientes diferentes para aumentar a capacidade de seleção, para acessá-las e conhece-las”, afirma.

MICROBIOTA

A microbiota, popularmente conhecida como flora intestinal, é o conjunto de bactérias, vírus, fungos e outros microrganismos unicelulares presentes no organismo humano e animal. O intestino é considerado uma das partes do corpo em que há a maior concentração desses organismos, desempenhando funções vitais que interferem na saúde geral do indivíduo.

Redação: Dayse Lacerda
Imagens: Henrique Castanheira

 

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