Professor do Departamento de Microbiologia do ICB em parceria com pesquisadores da Universidade de Brasília se reuniu com ministra de C&TI para dar início às atividades de pesquisas do Brasil no Ártico
A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, recebeu uma comitiva de pesquisadores da UFMG e UnB, com o objetivo de discutir a primeira expedição oficial do Brasil ao Ártico, também conhecido como Pólo Norte. Segundo o professor Luiz Rosa, do Departamento de Microbiologia, no encontro foi enfatizado a importância das pesquisas na região para a melhor compreensão dos fenômenos climáticos.
Na visão de Rosa, que também coordena uma pesquisa na Antártica, o apoio facilitará parcerias bilaterais e incentivará os estudos brasileiros em ambientes extremos. O Ártico é uma região estratégica para pesquisas relacionadas às questões climáticas. “Cada vez mais o Brasil se torna participativo em questões internacionais, geopolíticas, econômicas e ambientais. A ciência brasileira tem recursos para assumir o protagonismo científico”, afirma.
Ele ainda acrescenta que "o conhecimento da biodiversidade que existe no Ártico pode fornecer informações valiosas sobre o impacto das mudanças climáticas da região, visto que o derretimento do gelo no Ártico parece ser irreversível. Esse impacto nas regiões árticas provavelmente afetarão as regiões próximas com potencial de afetar até o litoral norte do Brasil”.
Cerca de 7% do território brasileiro está localizado no Hemisfério Norte, por isso, sofre algumas influências do Ártico. Mesmo assim, o Brasil é ainda o único país entre as dez maiores economias do mundo a não ter nenhuma participação nessa área.
Marcada para ser realizada entre 8 e 21 de julho, a expedição terá a participação de Vivian Nicolau Gonçalves e Luiz Henrique Rosa, ambos do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG; Paulo Eduardo Câmara e Michelini Carvalho-Silva, da Universidade Federal de Brasília (UnB) e Marcelo Ramada, da Universidad Católica de Brasília (UCB).
O objetivo é coletar amostras de solo - sedimentos marinhos e de lagos -, água de lagos, rochas e plantas - para caracterização de micro-organismos e plantas que ocorrem na região ártica e, assim, comparar esses resultados com aquelas já obtidos na Antártica - onde outras pesquisas já foram realizadas. Além disso, durante a expedição científica serão obtidas imagens para compor o documentário ‘Paralelo 60º’, financiado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), o qual irá apresentar o papel e a importância das pesquisas do Brasil nos polos do planeta.
Uma expectativa que se tem ainda é que essa expedição contribua no processo de assinatura do Tratado de Svalbard (Veja a importância desse tratado na internet). Com isso se pretende viabilizar pesquisas em diferentes áreas do conhecimento na região. “Futuramente, há até a possibilidade de pleitear assento como membro observador do Conselho do Ártico”, adianta o cientista da UFMG.
Com financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), por meio do Conselho Nacional de Pesquisa, o CNPq, essa missão foi prevista dentro das atividades do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR), com apoio da UFMG, MCTI, do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e da Secretaria Interministerial dos Recursos do Mar (SECIRM) da Marinha do Brasil, além de outras Universidades brasileiras.
Saiu na mídia: primeira expedição oficial do Brasil ao Ártico - 12/06/2023
Redação: Vitória Alves, bolsista PBext
Supervisão: Marcus Vinicius dos Santos - Assessoria de Comunicação do ICB UFMG